5 de julho de 2014

Reconstruindo Amelia - Kimberley McCreight (Resenha)


Reconstruindo Amelia é um thriller repleto de suspense e drama. Nele acompanhamos Kate e sua luta para desvendar os mistérios que envolvem a morte de sua jovem filha Amelia. Suicídio. Ou talvez assassinato. Mas como isso seria possível? Amelia era uma garota linda, inteligente e cheia de vida. Como Kate não percebeu que havia algo acontecendo com Amelia? 

Quanto da sua vida você conta para sua mãe? 

Você realmente sabe o que se passa na cabeça da sua filha?

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Amelia está morta.




Amelia é uma garota de quinze anos. Ela é linda, inteligente, tira boas notas e estuda em Grace Hall, um dos melhores colégio de New York. Tem tudo para construir um futuro brilhante e se tornar uma escritora de sucesso como Virginia Woolf, sua favorita.
Kate Baron, sua mãe, é uma advogada bem sucedida, dedicada ao trabalho e que tem um bom relacionamento com a filha. Pelo menos assim ela acreditava...

Até que um dia, durante uma de suas reuniões de trabalho, Kate recebe uma ligação da coordenadora de Grace Hall. Por questões disciplinares, Amelia havia recebido uma suspensão de três dias e Kate precisava ir até a escola para conversarem sobre essa questão. Mesmo achando tudo isso muito estranho - pois Amelia era uma aluna exemplar -, Kate vai buscá-la na escola. Chegando lá ela se depara com vários caminhões do corpo de bombeiros, ambulância e policiais parados na porta de Grace Hall.
Apavorada com o caos à sua frente, Kate descobre que tudo isso é por causa de Amelia: a jovem acabara de se suicidar pulando do telhado da escola.  Pelo menos essa é a versão de Grace Hall e da polícia local...

- Onde está Amelia? - Kate se ouviu gritar. Ou teria sido outra pessoa? (...) - O que aconteceu?
- Sou o detetive Molina (...) A senhora poderia me acompanhar?
- Não. - Kate deu um salto para trás,c om o coração disparado. - Por quê?
- Fique calma, senhora. (...) Por que a senhora não vem comigo e se senta?
- Eu não quero me sentar - disse, o pânico aumentando. - Só me diga o que aconteceu. Agora!
- Está bem, Sra. Baron. Está bem - o detetive Molina falou em voz baixa. - Houve um acidente.
Por que não estavam correndo? Por que a ambulância estava ali parada? Onde estavam todas as luzes e sirenes?
- Ela tem que estar bem. Preciso vê-la. Preciso falar com ela. Onde ela está? (...)
- A sua filha, Amelia... ela caiu do telhado, Sra. Baron. Ela... infelizmente não sobrevivei à queda. Lamento muito, senhora, mas sua filha, Amelia, faleceu. (pág. 25)

Inconformada, Kate se pergunta por que Amelia decidiu pôr fim à sua própria vida. Ao mesmo tempo ela se culpa por ser tão workaholic e não perceber os sinais de que sua filha não estava bem. Mas suicídio? Amelia era uma boa filha, aluna exemplar e tinha muitos sonhos... ela jamais seria capaz de um ato tão impulsivo e extremo.
Entretanto, pouco tempo depois do enterro, Kate recebe uma mensagem de texto anônima: "Amelia não pulou." Por que alguém faria uma brincadeira tão doentia como essa? Ou será que Amelia foi assassinada?

Como Kate é uma mulher determinada, ela parte em busca de provas que a levem à verdade sobre a morte de sua filha. Para isso, ela envolve a polícia e mergulha no passado de Amelia,  investigando seus e-mails pessoais e perfis nas redes sociais (como o Facebook e um blog secreto), seus amigos, os pais dos amigos, a fraternidade e o jornal de fofocas da escola. E não demora muito para que pistas intrigantes apareçam em seu caminho, levando-a à revelações que a fazem questionar se de fato, algum dia, conheceu a alma de sua filha.

Vários acontecimentos vão se entrelaçando, gerando dúvidas, levantando suspeitas, trazendo surpresas e decepções. Algo que Kate jamais imaginou.

Aos poucos Kate reconstrói parte da vida de Amelia neste thriller arrepiante, envolto em mentiras, suspense e muitas reviravoltas.

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"Os olhos dos outros são nossas prisões; seus pensamentos, nossas celas." - Vírginia Woolf,  Segunda ou terça feira" (Amelia - pág. 254)

Kimberley McCreight trata, antes de tudo, das relações familiares. A autora conseguiu misturar ficção policial, suspense e drama para compor uma história que fala de bullying, relacionamento familiar, preconceito, romance e morte. 

Cada capítulo intercala pensamentos, situações e relatos que envolvem ora Kate, ora Amelia, e que flutuam entre o presente e o passado delas, como flashbacks. Isso faz com que o leitor viaje na mente e na alma desses dois personagens: conhecemos nuances do passado de Kate e acompanhamos seu presente; no momento seguinte estamos na pele de Amelia vivenciando o que ela passou, sentindo o que ela sentiu e fuçando em suas mensagens de texto.

Confesso que esse tipo de thriller não é o meu forte pois me impressiono facilmente - portanto, evito. Como Reconstruindo Amelia mexeu realmente comigo, posso considerá-lo um romance policial perturbador e instigante. O livro lhe faz questionar sobre si mesmo e sobre as pessoas que lhe são próximas. Será que você realmente as conhece?


A trama é envolvente e você se sente como um telespectador do seriado Cold Case. Você busca pistas e tenta resolver o caso que tem em mãos. A cada virada de página, você faz novas descobertas e vai juntando as peças desse enorme quebra-cabeças. Tudo isso pode ser comparado à uma enorme cebola: a cada camada que tiramos, chegamos mais próximo do centro da questão, da verdade.

Um fato curioso é que o livro é narrado em primeira pessoa - quando se refere à Amelia - e em terceira pessoa - quando se trata de Kate, tornando a dinâmica de leitura muito interessante. Outra coisa legal é que a narrativa é intercalada com relatos, mensagens de texto e até mesmo o status do Facebook de Amelia.


GrAcIoSaMENTE

A leitura fluiu, a trama é bem amarrada e o vai-e-vem nas memórias de Amelia e suas mensagens de texto são um show à parte. Os personagens são bem construídos e muito próximos ao real. Só esperei um pouco mais do final - que, em parte, não me satisfez completamente.
Em suma, a obra é interessante. Vale a pena conferir!
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Pensei em como é ruim ficar trancada do lado de fora; 
então pensei em como talvez seja pior ficar trancada do lado de dentro. 
(Virginia Woolf)

Amelia é uma garota sensível e que, apesar de ter uma mãe que lhe ama, se sente terrivelmente só. Ela tem verdadeira adoração por Virginia Woolf - possivelmente porque se identifica com ela. Por isso, o livro tem várias citações dessa autora.

(...)Virginia Woolf era tipo minha heroína. Não por ter entrado num rio com pedras nos bolsos - embora, em se tratando de formas de se matar, ela até que tivesse estilo -, mas porque era loucamente talentosa e fora quem quisera ser, por mais que o mundo lhe dissesse para ser diferente. (Amelia - pág. 111)

Kate é uma mãe solteira que se desdobra em mil para dar o melhor para sua filha. Logo no começo do livro, o leitor faz uma viagem ao seu passado através de um relato dela própria. É quando ela descobre que está grávida de Amelia. Nesse momento sentimos toda sua aflição quanto ao medo de não amar suficientemente a filha que está para nascer. É um trecho muito comovente:

Afinal, não foi só um erro, uma única vez. Foi um verão de más escolhas provocadas por uma vida inteira fazendo as escolhas certas. Pelo visto, eu só conheço um jeito de errar: magnificamente!(...) Uma pessoa é o que está crescendo dentro de mim. E essa sementinha minúscula de um menino ou menina não liga para nada disso. Só quer o meu amor. E como eu poderia recusar, quando isso é tudo o que eu sempre quis? É claro que, em 24 anos, o amor é a única coisa em que eu jamais cheguei perto de ser boa. Então, acho que eu não posso prometer amar direito esse bebê. Mas posso prometer que vou tentar.(Kate - pág. 42)

Entretanto, essa gana de Kate em trabalhar para dar um futuro digno a Amelia, a acaba afastando de sua filha. Do outro lado, Amelia não quer chatear sua mãe com seus problemas. A partir daí, passa a existir um abismo na relação entre mãe e filha.

Minha mãe era tudo que eu tinha e não ficava muito em casa, mas o tempo que passávamos juntas era sensacional e, quando minha mãe não estava, eu sabia que ela gostaria de estar. Às vezes discutíamos por bobagens, mas eu sempre soube que ela me amava. Eu sabia de verdade.

O que me irritou profundamente é que em determinadas passagens, vemos Amelia tentando conversar com sua mãe mas Kate sempre está "atrasada" para o trabalho.

Eu a observei um segundo sem dizer nada. Queria lhe contar o que estava acontecendo. Precisava contar. Mas por onde começar? Pelas Maggies, Dylan ou o flagra de Zadie? Tudo era demais. E ninguém queria iniciar uma conversa sobre sexo com a mãe de propósito. Era o tipo de situação que se devia evitar. Então fiquei ali parada, tentando encontrar um jeito de lhe contar uma parte, mas não tudo. Não era fácil; as coisas estavam terrivelmente emaranhadas. (...)
- Hoje vou chegar realmente tarde. Desculpe. Sei que é ridículo, mas vai acabar logo. E eu estava pensando em talvez a gente viajar no feriadão de Ação de Graças. Para algum lugar como as Bermudas, talvez - ela disse enquanto vinha me dar um beijo e um abraço apertado.
- O quê? - falei, brava. Estava mesmo. Como era possível que ela não percebesse que algo estava totalmente errado? - Está falando sério?
(Amelia e Kate - pág. 257)
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Reconstructing the Movies!


Reconstruindo Amelia tem tudo para ganhar sua adaptação cinematográfica em breve. Nicole Kidman interpretará o papel de Kate Baron e será a diretora executiva do projeto.
Confira: http://australiansinfilm.tumblr.com/post/50373835637/nicole-kidman-to-star-in-and-exec-produce


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Trilha Sonora


A Pitty tem uma música que se chama Desconstruindo Amelia ;-)


Book Trailer



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O Livro


Reconstruindo Amelia
Kimberly McCreight


Editora Arqueiro
Literatura Estrangeira / Ficção
ISBN 9788580412857
1a Edição / 2014
352 Páginas

Você conhece a pessoa que mais ama no mundo?

Kate Baron achava que sim até receber a devastadora notícia de que Amelia, sua filha de 15 anos, cometeu suicídio pulando do telhado do colégio particular onde estudava. Poucos dias depois, entretanto, uma mensagem anônima em seu celular revela que a morte de sua filha talvez não tenha sido da maneira que as autoridades alegaram.
Amelia pode ter sido assassinada? Como advogada, Kate está determinada a descobrir a verdade e, para isso, mergulha no passado da filha, recolhendo cada fragmento de e-mail, cada linha dos textos do blog, cada atualização de status do Facebook.
Sempre um passo atrás da verdade, ela descobre um lado de Amelia que nunca imaginaria que existisse.
Este impressionante romance de estreia vai além de uma história sobre segredos e mentiras. Narra a busca de uma mãe tentando reunir cada detalhe possível para reivindicar a memória da filha que não pôde salvar.
Kate Baron, uma bem-sucedida advogada, está no meio de uma das reuniões mais importantes de sua carreira quando recebe um telefonema. Sua filha, Amelia, foi suspensa por três dias do Grace Hall, o exclusivo colégio particular onde estuda.

Como isso foi acontecer? O que sua sensata e inteligente filha de 15 anos poderia ter feito de errado para merecer a punição? Sua incredulidade, no entanto, vai aos poucos se transformando em pavor ao deparar, no caminho para o colégio, com um carro de bombeiros, uma dúzia de policiais e uma ambulância com as luzes desligadas e portas fechadas.

Amelia está morta.
Kimberly McCreight
Aparentemente incapaz de lidar com a suspensão, a garota subiu no telhado e se jogou. O atraso de Kate para chegar a Grace Hall foi tempo suficiente para o suicídio. Pelo menos essa é a versão do colégio e da polícia.

Em choque, Kate tenta compreender por que Amelia decidiu pôr fim à própria vida. Por tantos anos, as duas sempre estiveram unidas para enfrentar qualquer problema. Por que aquele ato impulsivo agora?
Suas convicções sobre a tragédia e a própria filha estão prestes a mudar quando, pouco tempo depois do funeral, ela recebe uma mensagem de texto no celular:
Amelia não pulou.
Alternando a história de Kate com registros do blog, e-mails e posts no Facebook da filha, Reconstruindo Amelia é um thriller empolgante que vai surpreender o leitor até a última página.
Capas Estrangeiras


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2 comentários:

  1. Bom dia Vick,

    Confesso que estou com medo desse livro... mas preciso lê-lo.
    Medo e curiosdade!!
    Bjs
    Ana

    ResponderExcluir
  2. Olá Ana!

    Li esse livro e fiquei "impressionada", mexeu comigo...4
    Mas é uma boa história, vale conferir ;-)

    Bjs,
    Vick

    ResponderExcluir

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